quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Especial - Conspirações do 11 de Setembro - Pentágono








 Cerca de meia hora após a decolagem do voo 77 da American Airlines, na manhã do dia 11 de Setembro de 2001,  Hani Hanjour toma o controle da aeronave e a conduz para o choque fatal contra uma das laterais do complexo militar americano conhecido como Pentágono.

Para algumas pessoas, isso nunca aconteceu.

"No plane" é o nome usado para designar as teorias conspiratórias do 11 de Setembro que envolvem a ideia de que o Boeing 757 não se chocou contra o Pentágono. As alternativas utilizadas pelos conspiracionistas incluem um avião menor, um míssil, ou até mesmo apenas explosivos plantados no local.

A teoria conspiratória "no plane" foi amplamente difundida pelo famoso vídeo Pentagon Strike[1] feito por Darren Williams e produzido pela Sings o the Times[2]. As alegações contidas nesse vídeo são reproduzidas até hoje pelos conspiracionistas, embora o vídeo contenha uma série de mentiras ou informações incoerentes.

Vamos ver algumas delas. 

A principal alegação: "não há qualquer vestígio de um Boeing na cena do suposto ataque". 

Essa é uma alegação simplesmente mentirosa.

Vários destroços compatíveis com um Boeing 757 são vistos nas imagens de momentos após o ataque, incluindo partes do trem de pouso[3] e do motor[4].

Allyn E. Kilsheimer foi o primeiro Engenheiro a chegar ao local, e declarou com total convicção estar diante de um acidente com uma aeronave, descrevendo não somente ter visto os destroços do avião, como também os restos mortais dos tripulantes[5].

Imagens oficiais dos destroços do avião também foram exibidas durante o julgamento de Zacarias Moussaoui  (condenado pelo 11 de Setembro), e estão disponíveis publicamente para consulta.[6]

Outra alegação muito comum, é a de que "o FBI confiscou imagens de estabelecimentos próximos que confirmariam a inexistência do avião".

Essa alegação já foi quase verdade.

Na época do surgimento do Pentagon Strike, de fato os vídeos referentes às câmeras de dois estabelecimentos próximos ao Pentágono (um posto de gasolina e um hotel), estavam sob posse do FBI. Porém em 2006, através do FOIA (do Inglês, Ato de Liberdade de Informação) a organização Judicial Watch conseguiu que os vídeos fossem publicamente divulgados[7]. Entretanto, as imagens dos vídeos são compatíveis com a versão do voo 77 da American Airlines se chocando contra o Pentágono.

No próximo post:  UA 93, da conspiração ao cinema.

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Referências: 

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Especial - Conspirações do 11 de Setembro








Em 11 de Setembro de 2001, uma organização terrorista sequestrou quatro aviões em solo americano. Dois deles foram jogados contra as Torres Gêmeas do Wolrd Trade Center em Nova York. Outro foi jogado contra o Pentágono, em Washington. O último, caiu nos arredores de Shanksville, sem atingir seu alvo original.

Dez anos mais tarde, essa ainda é a história que todos conhecemos. Mas ela não é unanime.

Conspirar é preciso[1]. Não é impossível pensar que mesmo alguém próximo do "Ground Zero" no dia 11 de Setembro de 2001 chegou a pensar que tudo aquilo não passava de um "trabalho interno". Talvez, até você tenha pensado...

Os grupos de conspiracionistas a cerca do 11 de Setembro começaram a se organizar. "Pentagon Strike"[2] (Um vídeo de alguns minutos que continha algumas alegações de que o choque de um avião contra o Pentágono era uma mentira, e que na verdade, um míssil havia atingido o complexo militar dos Estados Unidos) foi, em 2002, o primeiro contato que eu tive com a Teoria de Conspiração. Ele teve uma boa repercussão na Internet, e por esses fatores, é considerado por mim como o marco do surgimento oficial da "Teoria de Conspiração do 11 de Setembro".

Desde então, os grupos conspirarionistas ganharam corpo. Associações de pilotos, engenheiros e arquitetos foram criadas. Diversos documentários lançados explorando o tema. Livros e revistas. O "Truth Movement"[3] reúne hoje algumas dessas associações tornando a atividade conspiracionista não apenas uma "busca pela verdade", mas também um grande negócio.

Na semana em que os Atentados de 11 de Setembro completam uma década, vamos explorar os principais argumentos conspiracionistas em uma série de postagens, conforme os acontecimentos daquela manhã de Terça-Feira. Teria um míssil atingido o Pentágono? As torres foram implodidas por explosivos plantados dias antes? O avião que caiu na Pensilvânia nunca existiu?

Essas e outras perguntas começa a ser respondidas a partir do próximo post da série, que irá tratar do ataque ao Pentágono.

Até lá.

1- http://www.ceticismoaberto.com/fortianismo/6282/teorias-de-conspirao-so-naturais
2- http://www.pentagonstrike.co.uk/
3- http://www.911truth.org/

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Links para as postagens da série:

Conspirações do 11 de Setembro - Pentágono
Conspirações do 11 de Setembro - Voo 93
Conspirações do 11 de Setembro - WTC

domingo, 28 de agosto de 2011

Por baixo dos planos

Sempre lia em meus blogs favoritos, em certos períodos, posts sobre a falta de tempo dos blogueiros em criar posts. Achava curioso, mas hoje entendo perfeitamente o que é "não ter tempo para escrever um post". Por falta de tempo e não por falta de ideias.

Dadas as devidas desculpas pelo sumiço, vamos ao que está planejado para o futuro.

- Os posts humorísticos estarão sempre por aí, e há duas ideias para tirinhas novas. Piadas matemáticas incluídas.
- Comentários sobre notícias interessantes que aparecem por aí. Sempre há uma notícia interessante envolvendo Astronomia ou Ciência em Geral e que merece ser comentada.
- Posts sobre teorias conspiratórias, pseudociências e ceticismo. É muito importante o uso do raciocínio crítico, e já tenho planejado uma série de postagens sobre as alegações conspiracionistas em torno do 11 de Setembro, que completarão 10 anos no próximo mês.

Não percam. ;-)

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

The Dark (K)Night




quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Você é a pessoa mais fácil de se enganar

Peguei emprestado esse título do Richard Feynman, para tratar de um tema um pouco diferente do que ele usou originalmente no "Ciência do Culto à Carga".

Meu problema era o seguinte: o que faz uma pessoa mudar de ideia, ou de outra forma, o que faz uma pessoa não mudar de ideia. O problema tem origem em discussões intermináveis e cíclicas sobre conspirações, ufologia e pseudociências.

Não que eu ficasse o tempo todo com esse problema em mente, mas, pensei em uma possível hipótese para resolver a questão. Ou não.

Duas ideias não precisam (e geralmente não tem) o mesmo valor. A principio, não deveria existir dificuldade em perceber quando uma ideia tem mais suporte lógico ou empírico do que outra. Porém, se o problema for de fato, esse, então entendo como melhor focar o rumo da discussão para a compreensão da diferença entre os pesos das ideias. Mas não é disso que pretendo tratar aqui.

Em casos em que está evidente que uma ideia é superior a outra, aposto na "hipótese do engano" como fator principal para que uma pessoa recuse trocar de ideia.

Todo mundo pode ser enganado, principalmente quem pensa que nunca poderá ser enganado. Um debatedor de vertente conspiracionista, por exemplo, costuma se colocar como vidente de uma realidade onde todos ao seu redor estão constantemente sendo enganados. Menos ele.

Ao admitir que aceitou ou mesmo defendeu uma ideia que tem pouca força quando confrontada com outra, ou mesmo uma ideia nitidamente mentirosa (como uma fraude revelada após um tempo), automaticamente faz com que a pessoa tenha que admitir que foi enganada, ou que se auto enganou.

Para algumas pessoas pode ser difícil assumir um erro, assumir um engano, demonstrar ser falível. Principalmente diante de um confronto com outra pessoa, ou em um grupo de pessoas.

Não há nada de ruim em estar enganado em uma ideia ou situação. Na verdade, ruim é você permanecer enganado por vontade própria. Eu confesso que não entendo o motivo que levaria uma pessoa a preferir isso, mas pode acontecer. Restando então criar todo um conjunto de ideias e situações (geralmente sem fundamentos lógicos) para dar suporte àquela ideia inicial. Seria um crença sobre outra crença. A crença de que sua crença não é um engano.

E adaptando Carl Sagan, o problema com as crenças é que elas se baseiam unicamente na vontade de acreditar.

Falta de um raciocínio crítico treinado, vergonha de errar, e vontade de acreditar. Penso que esses são os ingredientes da postura de aversão com as mudanças de ideias.

Mas claro, eu posso estar enganado.  : )

domingo, 24 de julho de 2011

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Brincando? Eu?

Terminei de ler "O senhor está brincando, Sr. Feynman!". 

Já conhecia trechos isolados (aquele em que ele comenta sobre o ensino de Física no Brasil, ou sobre a Ciência do culto a carga, por exemplo), mas já passava da hora de ler o livro todo.

Em uma palavra, genial, como seu autor.

Richard Philips Feynman nasceu em 1918. Estudou Física no MIT e fez sua pós graduação em Princeton. Deu aulas na Universidade de Cornell e no Caltech. Trabalhou no Projeto Manhattan (projeto americano de pesquisa para armamento nuclear), laureado com o Nobel de Física em 1965, e dois anos antes de sua morte(1988), participou da comissão de investigação do acidente com o Ônibus Espacial Challenger.

Feynman conta passagens curiosas de sua vida, desde as aventuras de infância, as confusões da graduação,  passando pelos momentos em Los Alamos trabalhando na pesquisa para a construção da bomba atômica enquanto tem que lidar com a doença de sua esposa.

Sembre bem humorado, aprendemos com um físico como se deve lidar com as garotas, ou como arrombar cofres secretos.

Se o Nobel é um fardo para carregar, nada melhor que se divertir tocando um pouco de tambor, sair para dançar, ou vir para o Brasil como personalidade do Carnaval.

O Brasil, como já dito antes, é referência em vários trechos do livro, mas há um capitulo em especial onde Richard Feynman conta como foi tocar em uma escola de samba, e principalmente, sobre o ensino de Física no Brasil em sua passagem por aqui na década de 50. Feynman critica o fato dos alunos saírem do curso sem de fato entenderem o conteúdo, apenas decorando o que necessitam para passar nas provas. Mais de 50 anos se passaram, e embora algumas coisas tenha mudado, é curioso perceber que certos vícios percebidos por Feynman ainda permanecem.

O senhor está brincando, Sr. Feynman! é um livro que eu recomendo, e não apenas para físicos ou para quem goste de Física. Na verdade, eu recomendo até mesmo para quem não gosta de Física. Mais do que conhecer detalhes da vida de um dos grande físicos do Século XX, é uma leitura divertida, interessante e motivante.