Na noite de ontem estive presente em mais um Skeptics in the Pub. Minha segunda oportunidade de participar desse evento que já se encontra em sua sexta edição.
Para quem não conhece, o "Skpetics in the Pub" (ou Taverna Cética, como carinhosamente é chamado por aqui) surgiu na Inglaterra em 1999. A ideia é uma espécie de encontro informal para conversas sobre temas referentes a Ciência, Ceticismo, a vida o Universo e tudo mais.
Hoje em dia os SitP's estão espalhados pelo mundo.
O tema de ontem foi Astronomia X Astrologia, e os convidados foram Åsa Heuser (ex-astróloga, vice presidente da LiHS) e de Horacio Dottori (astrofísico, pesquisador do Instituto de Física da UFRGS).
Åsa comentou sobre sua experiência na Astrologia (um resumo aqui) e o Dottori, trajado como um verdadeiro astrólogo, comentou sobre as questões científicas relacionadas com o tema debatido.
O Professor Renato Flores foi convidado para comentar sobre o processo contra ele movido por uma astróloga. Mais detalhes sobre o caso você pode ler aqui.
Fica aqui o meu apoio aos Professores, e o suporte do NiM para a campanha "Cadê o Paper".
Os eventos SiTP (Skeptics in the Pub, ou Taverna Cética) Porto Alegre, são uma iniciativa conjunta do Coletivo Ácido Cético (http://coletivoacidocetico.blogspot.com) e da Liga Humanista Secular do Brasil (http://ligahumanista.org).
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domingo, 6 de novembro de 2011
terça-feira, 1 de novembro de 2011
Calendário NiM do Fim do Mundo
Que o mundo acabará em 21 de Dezembro de 2012, todos já sabemos. Mas até lá (e após), muitos outros fins de mundo [não] acontecerão. Para que você não perca nenhum desses grandiosos eventos apocalípticos, o Nightfall in Magrathea lança mais uma novidade:
O Calendário Pirelli é para os fracos. Chegou o Fabuloso Calendário Nightfall in Magrathea do Fim do Mundo.
Então, atentos antes de marcar seus compromissos para Novembro:
O Asteroide 2005 YU55 terá sua aproximação máxima em relação a Terra no dia 8 de Novembro. Certamente trazendo terremotos, maremotos, extinções em massa, e todo tipo de destruição que um corpo celeste passando próximo da Terra pode causar.
Onze do Onze do Onze. Obviamente, comentários são desnecessários. Onze é o número favorito dos Illuminatis e outros membros da Nova Ordem Mundial, que provavelmente realizará um grande ataque maligno em comemoração. Mas outros eventos também estão programados, desde a aberturas de "portais dimensionais" devido a configuração Universal dessa data, até a invasão de seres alienígenas.
E as viúvas do finado cometa Elenin não cansam. Segundo elas, entre os dias 11 e 22 de Novembro os efeitos do cometa serão (finalmente) sentidos na Terra. Para terminar de destruir aquilo que o Asteroide e a Nova Ordem Mundial deixaram pra trás.
E é isso pessoal, um Novembro divertido para todos vocês.
O Calendário Pirelli é para os fracos. Chegou o Fabuloso Calendário Nightfall in Magrathea do Fim do Mundo.
Então, atentos antes de marcar seus compromissos para Novembro:
O Asteroide 2005 YU55 terá sua aproximação máxima em relação a Terra no dia 8 de Novembro. Certamente trazendo terremotos, maremotos, extinções em massa, e todo tipo de destruição que um corpo celeste passando próximo da Terra pode causar.
Onze do Onze do Onze. Obviamente, comentários são desnecessários. Onze é o número favorito dos Illuminatis e outros membros da Nova Ordem Mundial, que provavelmente realizará um grande ataque maligno em comemoração. Mas outros eventos também estão programados, desde a aberturas de "portais dimensionais" devido a configuração Universal dessa data, até a invasão de seres alienígenas.
E as viúvas do finado cometa Elenin não cansam. Segundo elas, entre os dias 11 e 22 de Novembro os efeitos do cometa serão (finalmente) sentidos na Terra. Para terminar de destruir aquilo que o Asteroide e a Nova Ordem Mundial deixaram pra trás.
E é isso pessoal, um Novembro divertido para todos vocês.
domingo, 30 de outubro de 2011
quinta-feira, 6 de outubro de 2011
Onde está sua rapidez da luz agora?!
Eis que há pouco mais de uma semana: bomba, bomba, neutrinos viajando mais rápido que a velocidade da luz! Eu não sou tão rápido, então a postagem sobre esse interessante assunto só está saindo hoje. Mas se ainda assim você não estava sabendo, é interessante dar uma lida em alguns desses links antes de continuar:
- http://astropt.org/blog/2011/09/22/mais-rapido-que-a-luz-3 (em português)
- http://theastronomist.fieldofscience.com/2011/09/superluminal-claims-require-super.html (em inglês)
A regra é clara. Se algo que sai de um lugar e chega a outro, demora menos tempo para percorrer essa distância do que a luz teria demorado, então é possível assumir que esse algo foi mais rápido que a luz.
Imagine então que não existem mais radares para fiscalizar a rapidez dos veículos nas estradas. Você, ao sair, define um lugar onde quer chegar. E então, alguém mede o tempo que você levou para percorrer a viagem e calcular sua rapidez. Você poderia andar acima do limite em alguns trechos, porém, abaixo em outros, e chegar ao fim de sua viagem sem ser multado.
Os neutrinos chegaram antes do que havia sido estipulado pela Polícia Rodoviária do Universo.
E pode isso, Arnaldo?
Bem, ainda não se sabe, na verdade.
Podem haver erros de medição, pode ser que eles realmente tenham viajado com rapidez acima da rapidez da luz, ou ainda, pode ser que eles não tenham percorrido certo trecho do espaço... ou outra coisa... ou não...
Então quer dizer que não preciso jogar meu GPS fora?
Afirmações de que a relatividade está errada, de que Einstein estava errado, e outra nesse sentido foram ditas e escritas por aí. Na verdade, toda a Teoria Científica é válida dentro de um determinado modelo, seguindo determinados parâmetros.
Mesmo que as evidências sugiram que os neutrinos de fato viajaram a uma rapidez superior à luz, isso não significa que a Relatividade proposta por Einstein esteja errada, da mesma forma que a Mecânica de Newton não estava errada quando a Relatividade de Einstein foi proposta.
São apenas modelos diferente que, a sua maneira, podem ser usados para descrever a natureza que está a nossa volta.
O GPS é apenas um exemplo de aplicação prática do que propõe a Teoria da Relatividade. E a menos que você seja um padre querendo voar com balões, sabe que os GPS's estão funcionando, e muito bem. Mas supondo que a Teoria não seja mais válida, a ponto de não poder mais incluir os efeitos relativísticos usados no funcionamento dos GPS's, então teríamos que procurar uma outra Teoria para explicar como é que eles estão funcionando. Não é como viajar com balões, mas é ainda é muito emocionante.
Cientistas não são contra a mudança ou adaptação de modelos teóricos. Pelo contrário, ser cientista é estar disposto a mudar de opinião diante de novas evidências. Mesmo que alguns estejam trabalhando em teorias opostas para explicar o comportamento medido pela equipe do CERN, estão todos entusiasmados.
O tempo dirá qual das hipóteses permanecerá como mais aceitável, enquanto isso, pegue sua pipoca, acomode-se na cadeira, e assista a História acontecendo diante de seus olhos.
- http://astropt.org/blog/2011/09/22/mais-rapido-que-a-luz-3 (em português)
- http://theastronomist.fieldofscience.com/2011/09/superluminal-claims-require-super.html (em inglês)
A regra é clara. Se algo que sai de um lugar e chega a outro, demora menos tempo para percorrer essa distância do que a luz teria demorado, então é possível assumir que esse algo foi mais rápido que a luz.
![]() | ||
Viu a rapidez daquele neutrino? |
Imagine então que não existem mais radares para fiscalizar a rapidez dos veículos nas estradas. Você, ao sair, define um lugar onde quer chegar. E então, alguém mede o tempo que você levou para percorrer a viagem e calcular sua rapidez. Você poderia andar acima do limite em alguns trechos, porém, abaixo em outros, e chegar ao fim de sua viagem sem ser multado.
Os neutrinos chegaram antes do que havia sido estipulado pela Polícia Rodoviária do Universo.
E pode isso, Arnaldo?
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"A Física não permite." |
Bem, ainda não se sabe, na verdade.
Podem haver erros de medição, pode ser que eles realmente tenham viajado com rapidez acima da rapidez da luz, ou ainda, pode ser que eles não tenham percorrido certo trecho do espaço... ou outra coisa... ou não...
Então quer dizer que não preciso jogar meu GPS fora?
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Eu não sei usar mesmo... |
Afirmações de que a relatividade está errada, de que Einstein estava errado, e outra nesse sentido foram ditas e escritas por aí. Na verdade, toda a Teoria Científica é válida dentro de um determinado modelo, seguindo determinados parâmetros.
Mesmo que as evidências sugiram que os neutrinos de fato viajaram a uma rapidez superior à luz, isso não significa que a Relatividade proposta por Einstein esteja errada, da mesma forma que a Mecânica de Newton não estava errada quando a Relatividade de Einstein foi proposta.
São apenas modelos diferente que, a sua maneira, podem ser usados para descrever a natureza que está a nossa volta.
O GPS é apenas um exemplo de aplicação prática do que propõe a Teoria da Relatividade. E a menos que você seja um padre querendo voar com balões, sabe que os GPS's estão funcionando, e muito bem. Mas supondo que a Teoria não seja mais válida, a ponto de não poder mais incluir os efeitos relativísticos usados no funcionamento dos GPS's, então teríamos que procurar uma outra Teoria para explicar como é que eles estão funcionando. Não é como viajar com balões, mas é ainda é muito emocionante.
Cientistas não são contra a mudança ou adaptação de modelos teóricos. Pelo contrário, ser cientista é estar disposto a mudar de opinião diante de novas evidências. Mesmo que alguns estejam trabalhando em teorias opostas para explicar o comportamento medido pela equipe do CERN, estão todos entusiasmados.
O tempo dirá qual das hipóteses permanecerá como mais aceitável, enquanto isso, pegue sua pipoca, acomode-se na cadeira, e assista a História acontecendo diante de seus olhos.
quarta-feira, 3 de agosto de 2011
Você é a pessoa mais fácil de se enganar
Peguei emprestado esse título do Richard Feynman, para tratar de um tema um pouco diferente do que ele usou originalmente no "Ciência do Culto à Carga".
Meu problema era o seguinte: o que faz uma pessoa mudar de ideia, ou de outra forma, o que faz uma pessoa não mudar de ideia. O problema tem origem em discussões intermináveis e cíclicas sobre conspirações, ufologia e pseudociências.
Não que eu ficasse o tempo todo com esse problema em mente, mas, pensei em uma possível hipótese para resolver a questão. Ou não.
Duas ideias não precisam (e geralmente não tem) o mesmo valor. A principio, não deveria existir dificuldade em perceber quando uma ideia tem mais suporte lógico ou empírico do que outra. Porém, se o problema for de fato, esse, então entendo como melhor focar o rumo da discussão para a compreensão da diferença entre os pesos das ideias. Mas não é disso que pretendo tratar aqui.
Em casos em que está evidente que uma ideia é superior a outra, aposto na "hipótese do engano" como fator principal para que uma pessoa recuse trocar de ideia.
Todo mundo pode ser enganado, principalmente quem pensa que nunca poderá ser enganado. Um debatedor de vertente conspiracionista, por exemplo, costuma se colocar como vidente de uma realidade onde todos ao seu redor estão constantemente sendo enganados. Menos ele.
Ao admitir que aceitou ou mesmo defendeu uma ideia que tem pouca força quando confrontada com outra, ou mesmo uma ideia nitidamente mentirosa (como uma fraude revelada após um tempo), automaticamente faz com que a pessoa tenha que admitir que foi enganada, ou que se auto enganou.
Para algumas pessoas pode ser difícil assumir um erro, assumir um engano, demonstrar ser falível. Principalmente diante de um confronto com outra pessoa, ou em um grupo de pessoas.
Não há nada de ruim em estar enganado em uma ideia ou situação. Na verdade, ruim é você permanecer enganado por vontade própria. Eu confesso que não entendo o motivo que levaria uma pessoa a preferir isso, mas pode acontecer. Restando então criar todo um conjunto de ideias e situações (geralmente sem fundamentos lógicos) para dar suporte àquela ideia inicial. Seria um crença sobre outra crença. A crença de que sua crença não é um engano.
E adaptando Carl Sagan, o problema com as crenças é que elas se baseiam unicamente na vontade de acreditar.
Falta de um raciocínio crítico treinado, vergonha de errar, e vontade de acreditar. Penso que esses são os ingredientes da postura de aversão com as mudanças de ideias.
Mas claro, eu posso estar enganado. : )
Meu problema era o seguinte: o que faz uma pessoa mudar de ideia, ou de outra forma, o que faz uma pessoa não mudar de ideia. O problema tem origem em discussões intermináveis e cíclicas sobre conspirações, ufologia e pseudociências.
Não que eu ficasse o tempo todo com esse problema em mente, mas, pensei em uma possível hipótese para resolver a questão. Ou não.
Duas ideias não precisam (e geralmente não tem) o mesmo valor. A principio, não deveria existir dificuldade em perceber quando uma ideia tem mais suporte lógico ou empírico do que outra. Porém, se o problema for de fato, esse, então entendo como melhor focar o rumo da discussão para a compreensão da diferença entre os pesos das ideias. Mas não é disso que pretendo tratar aqui.
Em casos em que está evidente que uma ideia é superior a outra, aposto na "hipótese do engano" como fator principal para que uma pessoa recuse trocar de ideia.
Todo mundo pode ser enganado, principalmente quem pensa que nunca poderá ser enganado. Um debatedor de vertente conspiracionista, por exemplo, costuma se colocar como vidente de uma realidade onde todos ao seu redor estão constantemente sendo enganados. Menos ele.
Ao admitir que aceitou ou mesmo defendeu uma ideia que tem pouca força quando confrontada com outra, ou mesmo uma ideia nitidamente mentirosa (como uma fraude revelada após um tempo), automaticamente faz com que a pessoa tenha que admitir que foi enganada, ou que se auto enganou.
Para algumas pessoas pode ser difícil assumir um erro, assumir um engano, demonstrar ser falível. Principalmente diante de um confronto com outra pessoa, ou em um grupo de pessoas.
Não há nada de ruim em estar enganado em uma ideia ou situação. Na verdade, ruim é você permanecer enganado por vontade própria. Eu confesso que não entendo o motivo que levaria uma pessoa a preferir isso, mas pode acontecer. Restando então criar todo um conjunto de ideias e situações (geralmente sem fundamentos lógicos) para dar suporte àquela ideia inicial. Seria um crença sobre outra crença. A crença de que sua crença não é um engano.
E adaptando Carl Sagan, o problema com as crenças é que elas se baseiam unicamente na vontade de acreditar.
Falta de um raciocínio crítico treinado, vergonha de errar, e vontade de acreditar. Penso que esses são os ingredientes da postura de aversão com as mudanças de ideias.
Mas claro, eu posso estar enganado. : )
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